Proderj não consegue contratar serviços de rede e aprofunda crise política na estatal

O Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (PRODERJ), suspendeu por prazo indeterminado o pregão eletrônico que realizaria hoje (1º), para contratação de empresa de telecomunicações em serviços de rede de comunicação de dados e Internet. Foi obrigada a suspender a licitação por decisão judicial proferida em favor da Oi, que alegou estar sendo impedida de disputar o contrato, nos termos que foram propostos o edital.

A decisão judicial agravou ainda mais a crise no Proderj e mantém a cabeça do presidente, Mauro Farias, à prêmio. O risco dele ser exonerado é grande, porque Mauro é apontado como o responsável pelo caos na estatal.

Foi ele que comprou uma briga com a OI, ao não aceitar pagar uma dívida estimada em R$ 300 milhões e de renovar o contrato emergencial que já se arrasta na estatal há alguns anos, optando por uma nova contratação de empresa. Entretanto ele tentou impedir a participação da Oi – a atual prestadora do serviço ao Proderj – no certame, e agora acabou sem nenhuma empresa para dar solução ao problema.

Mauro alega que o contrato da Oi tem preços superfaturados e contava com a contratação da nova empresa para manter os serviços ativos sem depender dela ( hoje os serviços estão ativos apenas por uma liminar que impediu o corte feito pela Oi no último dia 28 de janeiro).

Com a suspensão do pregão, Mauro Farias tem um pepino nas mãos. Pois agora terá que continuar contando com a Oi fazendo o serviço de rede, mas correndo o risco de sofrer nova interrupção, caso a empresa consiga no judiciário o direito de cortar o serviço, até que o Governo do Rio de Janeiro assuma a dívida que tem com a operadora e pague.

No dia 28 de janeiro o Estado do Rio de Janeiro amanheceu com um “caladão” nos principais serviços de Internet, inclusive no “Disque Corona”. A Oi desativou todos os links de rede da estatal, com exceção apenas para as áreas de Saúde (hospitais e postos) e Segurança Pública ( Polícia e Corpo de Bombeiros), em função de uma dívida da estatal com a companhia.

Isso levou o meio político a apostar na queda do presidente do Proderj, Mauro Farias, pois a sua situação estava insustentável com a confusão política que arrumou. Graças a uma liminar concedida pelo judiciário carioca, obrigando a Oi a restabelecer os links de rede, Mauro Farias pode respirar aliviado e tentar reverter sua situação política junto à cúpula do governo.

Mas agora a crise voltou a bater na sua porta com a suspensão do pregão que seria realizado hoje. Isso deixa o Estado do Rio em situação temerária, correndo o risco de sofrer um novo “caladão” caso a Oi consiga derrubar a liminar que a impede de cortar os serviços por falta de pagamento.