Menos bravata e mais parceria

Na discussão sobre a obrigatoriedade de entregar os códigos-fonte de sistemas embarcados nos equipamentos para comunicações do governo, a única coisa que não pega bem para nenhum dos lados são as frases de impacto proferidas pela imprensa, mas sempre resguardadas pelo anonimato.

Coisas do tipo: “se o governo brasileiro insistir vamos sair do país”.

Bobagem.

Não vão sair, porque o mercado brasileiro é interessante comercialmente. Ainda há uma crise lá fora muito mais profunda que a nossa e o mercado brasileiro continua comprando. Além disso, o Brasíl é referência na América Latina, ou pelo menos entre os países do Mercosul. Para onde for, poderá desencadear uma debandada de outros países para produtos de concorrentes.

O melhor a fazer é negociar à exaustão com o governo e entender que o Brasil tem o direito a criar suas normas de segurança para as comunicações.

E um aviso para as “entidades” que costumam aparecer nas horas de “crise” entre a indústria e o governo. Colocar ministros para se indispor com outros ministérios também não pega bem. Lembrem-se que ministros são comandados pela presidenta da República, a principal interessada no assunto.

Esse tipo de ação, de entrar em gabinetes para falar mal de outras pastas é contraproducente. Ainda mais se na cabeça dessas entidades estiverem notórias revendas de sistemas de multinacionais que sempre vendem bem para o governo.

* Se depois de todos esses argumentos essas empresas resolverem de fato dar as costas ao Brasil, então não saiam reclamando do governo brasileiro. Quem criou toda a confusão não fomos nós (Brasil).