Deus, por que eu não nasci dono de uma “Cambridge Analytica”?

Agora vamos desconsiderar os benefícios administrativos para um governo, essa integração de bancos de dados criada hoje por decreto, até porque muita coisa já vinha sendo feita. Lembrando que são dois decretos: o segundo trata da “governança” do Super CNIS.

Vamos imaginar o cenário mais paranoico possível, porque é para isso que estamos aqui:

1 – O governo centraliza quase todas as informações de uma pessoa num único banco de dados, mantendo de fora apenas os dados sobre o Imposto de Renda dela. *Que vai adorar depois fazer um “batimento” de informações prestadas no IRPF com as do mega banco de dados.

2 – Com os dados devidamente consolidados, tem-se um perfil quase que completo de cada brasileiro. Dá para fazer inúmeros programas sociais, que vão deixar o Bolsa Família com cara de passeio no parquinho.

3 – Depois, cruzam esse perfil com o comportamento das pessoas nas redes sociais (consumo, político, etc)

4 – Tem-se um novo banco de dados de vários grupos. Várias bolhas de acordo com o perfil sócio/econômico e político da nossa sociedade.

5 – Cria-se a partir daí um discurso com diversas nuances, que agradem aos diversos grupos que compõem essa sociedade.

6 – Disparam esses discursos para cada grupo através dos serviços de mensagens.

7 – Nossa rede móvel, com mais de 80% de base pré-paga, não tem dinheiro para navegar e conferir se tais mensagens são só discursos, tipo “fake news”.

8 – Sem ter como checar, nossa população tende a acreditar que tudo o que está dito ali vem sendo feito exatamente como pregam os tais discursos.

9 – Sob “rígido” controle de uma secretaria do governo, comandada por um político com vários processos por abuso de poder econômico nas últimas eleições, a gestão/manutenção/desenvolvimento de aplicações serão feitas por empresas que comprarem o Serpro e a Dataprev.

10 – Pronto. Está eleito ou reeleito, o próximo robô que ocupará a Presidência da República.