Cadê a grana do mundo? (II)

Por Sigmar ‘Sig’ Frota* – Milhares, Milhões, Bilhões e Trilhões são unidades de expressão da quantidade de dinheiro no mundo: a gente sabe que é muito. Muito quanto? Trata-se de pergunta dirigida socraticamente ao diálogo com o leitor, mas que tem resposta concreta em dados da Economia e seu fluxo no Sec. XXI.

Quanto dinheiro existe em suas diferentes formas? No meu post anterior o leitor teve informação de quanto “dinheiro físico” existe em comparação com formas de dinheiro mais amplas; que incluem depósitos em poupança, depósitos em conta e outros itens no chamado Broad Money.

É sabedoria corrente no mundo de negócios que o que é considerado “dinheiro” depende de para quem você está perguntando. E aqui aproveito para provocar no ponto: pense o leitor se as abstrações criadas por bancos centrais poderiam ser tidas como “dinheiro” em essência? Indo além, pego carona com Yuval Noah Harari, em seu livro Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, onde temos consistente argumentação do autor de que o ser humano moderno vem se mantendo como espécie dominante no planeta em parte porque cria e acredita em narrativas e ficções coletivas: sendo o dinheiro uma das mais bem-sucedidas.

Bem, e quanto aos imóveis, ouro ou outros ativos tangíveis? É pergunta de avanço em nosso diálogo, pois é ao sair do campo das ficções a que se entrega o tal do Homo Narrans (conceito cunhado pelo alemão Kurt Ranke em 1967) que nos deparamos com o conjunto mais expressivo, em quantidade, do “dinheiro” existente no mundo como no gráfico da Bloomberg :

Wow … reparem que são US$ 217 Trilhões distribuídos em 75% de Imóveis Residenciais, 13% de Imóveis Comerciais e 12% de Imóveis Agrícolas.  Ou seja, se considerarmos o total do Broad Money em US$ 90.4 Trilhões (gráfico do post anterior) contra o valor em “dinheiro” de imóveis no mundo em US$ 217 Trilhões: um valor 2,4 vezes maior. Wow, de novo!

Daí meu ponto para pensar quando consideramos a possibilidade de tornar digital o dinheiro no mundo: apesar das ficções já adotadas, vemos que o Homo Sapiens ainda tem muito “dinheiro” com sua essência lastreada em coisa física nesse planeta.

Concluindo, foi com propósito a escolha do gráfico usado acima; onde o total em criptomoedas aparece em última posição de ativos com US$ 0.3 Trilhão. Esse valor – do que já é dinheiro 100% digital – é baixo quando comparado ao demais ativos no gráfico. Estariam as criptomoedas ainda, em sua aplicação como dinheiro, destinadas a tão inexpressivo percentual do dinheiro em uso no mundo?

Pensar em tal pergunta – nos dados do gráfico e na minuscula traço/barra de criptomoedas – me trouxe memória de um amigo. Estatístico de formação e que, quando se depara com um número muito baixo em suas amostras estatísticas, costuma dizer ao seu interlocutor ou audiência, em mistura de eufemismo e bom humor:

“Esse número, baixo assim, significa uma coisa boa: vejo nele um baita potencial de melhoria e crescimento. ”

*É isso. 😎 😎 😎

Disclaimer: esse post é um insight buscando diálogo com seu leitor, com mais perguntas que respostas, feito por não-economista com base nos dados e referências disponíveis; que acredita no poder de dados e ideias inspirando pessoas.

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* Sigmar ‘Sig’ Frota é profissional de TIC com mais de 30 anos de atuação nas áreas de Vendas, Marketing e Comunicação em ambientes corporativos. Mantém-se em constante movimento na forma de um baby boomer digital e molda seu mindset pela máxima …”os únicos dinossauros não extintos foram os que entenderam que um meteoro gigante mudou tudo… e que não havia alternativa a não ser : (a) diminuir muiiiito seu tamanho e (b) criar penas.” . #BoraVoar #BoraCorrer