A guerra não acabou

Engana-se o SINDPD-DF, se acha que os trabalhadores das empresas particulares desistiram do seu movimento e engoliram calados o Acordo Coletivo de Trabalho que fecharam com o SINDESEI à revelia do desejo da maioria.

Ao contrário. Ontem foram intensas as movimentações da representação dos trabalhadores em duas frentes: Contra o ACT e também no sentido de questionar juridicamente os desmandos cometidos e a legitimidade deste sindicato para continuar representando a categoria.

Os desdobramentos virão.

O próprio SINDPD-DF foi notificado oficialmente ontem, que irá enfrentar a fúria dos trabalhadores em várias frentes jurídicas e inclusive nos organismos de controle, por conta dos inúmeros desvios éticos que cometeram ao longo da campanha salarial e nos últimos anos enquanto entidade sindical.

O SINDPD-DF parece viver neste momento uma crise de miopia. Tenta de todas as formas comprovar que o movimento dos trabalhadores contra a direção do sindicato não passa de uma manobra política, ou de grupos políticos, interessados em ocupar o poder.

Ledo engano.

Esse movimento nasceu justamente na base, totalmente despolitizada e até então alheia ao que acontecia em seu sindicato. Ela é fruto da constante inércia deste sindicato na solução de problemas da categoria.

E nasceu também por conta da já constatada relação de promiscuidade que ele mantém com o patronato, em troca de dinheiro para duvidosas ações de “qualificação profissional”.

Ações até hoje não contabilizadas corretamente e apresentadas publicamente, que pudessem esclarecer dúvidas sobre o bom uso desses recursos e de suposta corrupção no meio sindical, através do favorecimento e do enriquecimento ilícito de alguns dirigentes deste sindicato.

* A guerra só está começando.