TOTVS dribla o isolamento com serviços remotos aos clientes

Na última quinta-feira (9), Laércio Cosentino (fundador e presidente do Conselho da TOTVS) e Dennis Herszkowicz (presidente da TOTVS), realizaram uma live nas redes sociais da empresa para debater entre eles e não com os internautas, os cenários futuros do mercado de TICs após a pandemia do Coronavírus.

Foi um bom papo feito a três (contando com o colega jornalista Igor Lopes, de âncora), mas uma pena que os internautas interessados em ouvir Laércio e Dennis não puderam ter suas indagações repassadas para os dois. Também achei incoerente o tema do debate: “como vamos conectar o mundo novamente?”. Oras, o mundo não esteve tão conectado como agora, em função do isolamento necessário para impedir a disseminação do vírus.

Mas deixando as “rabugices” de lado, vamos ao que interessa.

Laércio, por exemplo, acredita que o fim da pandemia deverá causar uma “desconstrução” do atual modelo econômico de globalização que, a seu ver, poderá criar novas oportunidades para empresas brasileiras dentro do país e num cenário regional.

Adoraria discutir esse cenário com ele, pois, a meu ver, o governo vem caminhando a passos largos na desconstrução do mercado brasileiro, ao adotar como “parceiros” as empresas multinacionais. Sobretudo no mercado de nuvem, em detrimento de empresas nacionais capacitadas para o serviço, como a própria TOTVS.

Laércio chegou a dizer que as marcas em si têm sido deixadas num segundo plano e que as empresas têm atuado conjuntamente junto ao governo através da BRASSCOM. Não é isso que vejo no discurso governamental, mas se ele está dizendo…

Ainda sobre esse aspecto, a TOTVS tem acusado um crescimento na base de clientes interessadas em ter suas bases de dados guardadas na sua nuvem. É bom saber disso, um sinal de que no mercado brasileiro existe uma preocupação em buscar soluções nacionais de TI e não apenas naquilo que vem sendo oferecida pelas grandes multinacionais. Dou a isso o nome de estratégia comercial, de não entregar tudo ao “inimigo” e criar um mercado dependente tecnologicamente daquilo que venha de fora do país. Outra vez digo que sou cético em relação ao papel do governo, nesse campo.

Já Herszkowicz vê o atual quadro do mercado brasileiro positivo, embora uns percam bastante devido suas peculiaridades do contato físico diário com o cliente (Turismo e varejo, por exemplo), enquanto outros encontram novas oportunidades de negócios online. Segundo ele, a TOTVS tem atuado no sentido de manter os serviços dos seus clientes em atividade máxima possível, levando em conta as dificuldades do cenário.

“Estamos vivendo um cenário de atenção, mas também de oportunidade. Não é um cenário positivo, mas também não impossível. Os empreendedores, executivos e líderes já estão pensando em uma retomada, mas já sabemos que o “plug” da reconexão não será o mesmo. (…) O mundo vai sair dessa crise sabendo que podemos usufruir de toda transformação digital que foi criada nos últimos anos”, destacou por sua vez Laércio Cosentino.

Alguns outros pontos ditos por eles me chamaram a atenção e talvez expliquem a diferença entre empresas que aprendem na adversidade e as que apenas passam por elas, sobrevivem, para novamente repetirem os mesmos erros lá na frente.

Herszkowicz explicou que todo o time TOTVS já trabalhava remotamente, com notebooks corporativos, o que facilitou adotar o home office, que neste momento é aplicado de forma compulsória em virtude da calamidade em saúde pública.

“Não vou ter a pretensão de dizer que a TOTVS imaginava que algo pudesse acontecer como essa pandemia. Mas a gente teve no passado greve de caminhoneiros e enchentes em São Paulo, que já foram pequenos sinais de que a gente deveria ter um grau de preparação para eventuais trabalhos remotos em larga escala”, destacou o presidente da TOTVS.

Assistam a Live feita com a direção da empresa: