O céu é o limite para a Microsoft no Brasil

Os concorrentes que se cuidem, se é que há algum que tenha cacife para enfrentar a poderosa Microsoft nos contratos de nuvem no Brasil.

Não bastasse estar prestes a emplacar um contrato de R$ 1,2 bilhão no Tribunal de Justiça de São Paulo, pontapé inicial para depois alcançar os demais tribunais; de ter contratos com a RNP e com o governo federal em andamento; além de assento privilegiado em todas as reuniões de governo para discutir transformação digital, a Microsoft Brasil agora quer emplacar sua nuvem nos governos estaduais.

Um projeto piloto começa nesta terça-feira (09/04), por Brasília (DF), quando for realizada a solenidade no Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal, o governador Ibaneís Rocha lançará com a direção da multinacional, um programa de “fomento da Educação, Qualificação, Inovação e Empreendedorismo”.

A moda agora é essa, cria-se um “programa” qualquer para sair adquirindo soluções da Microsoft, sem a necessidade de passar por meio de complicadas licitações, onde suas predatórias revendas se atracam até o último centavo para obter o contrato.

A vantagem de ser um “acordo” entre as partes é que não se revela valores – fica tudo parecendo que é caridade em nome do empreendedorismo , da qualificação de pessoal, além do apelo educacional.

Como não precisa revelar quanto será pago pelo governo para ter acesso à solução (Office 365 “versão nuvem”) , também não será necessário revelar qual será a privilegiada revenda que foi escolhida pela multinacional para distribuir a solução em Brasília. Se conheço essa turma, em Cada Estado uma revenda se encarregará da distribuição. Assim todos “ganham”.

O DF será só o piloto, podem apostar.

É nítida a estratégia desse programa ser estendido para os demais Estados. Para tanto, a Microsoft contará com apoio das autoridades necessárias para emplacar esse lobby junto aos demais governos estaduais. No evento de hoje, por exemplo, estará presente “prestigiando” a assinatura desse acordo, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Ciência e Tecnologia – CONSECTI, Gilvam Máximo, além do Secretário de Educação do DF, Rafael Parente.

A Microsft, que já tinha um pé nas Universidades com a sua nuvem, através do acordo com a RNP, agora começa lançar os seus tentáculos em todas as escolas públicas nos Estados.

*Eu sabia que a empresa amargou 16 anos de penúria com os governos do PT. Só não sabia que estava tão agressiva assim para recuperar esse tempo perdido. E tudo isso passando em brancas nuvens pelos organismos de controle. Lindo!