Marco Civil e o corpo mole no Congresso

Hoje num evento da Abert em Brasília, o deputado Alessandro Molon (PT/RJ) voltou a pedir mobilização da sociedade em favor da votação do Marco Civil da Internet. Sua tese é simples e já deu certo em outras ocasiões. No plenário os deputados costumam ouvir as ruas, antes de de rejeitarem ou aprovarem algo que seja contra os interesses dos seus eleitores.

O projeto está pronto, aguardando votação no plenário, só não vota por falta de acordo dos líderes. Teve seis tentativas de acordo e votação e nada. O ex-presidente da Câmara, Marco Maia, fez corpo mole, não entrou na briga para apoiar o projeto, jogou para a platéia, como se democrata fosse, afirmando ouvir todos os lados e entender que a matéria não estava madura para ser votada.

Ocorre que só temos dois lados na discussão desse projeto: a sociedade e as empresas de telefonia. Elas com seus lobistas incansáveis, que estâo todos os dias no Congresso Nacional defendendo os seus interesses, impedem a votação do texto elaborado por Alessandro Molon.

A sociedade, por sua vez, só se mobiliza através dos ativistas, mas estes deram uma parada no movimento. Molon cobrou hoje mais atenção dessa turma; está na hora de reativar a discussão. E ela não será fácil.

O atual líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tem se posicionado contra o texto de Alessandro Molon. Já apoiou as teles antes e agora, com a inatividade da discussão no parlamento, tem o tempo e a inatividade da casa a seu favor. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alvez, é ligado a Cunha, portanto nada fará para colocar o projeto na pauta novamente.

* Isso somente ocorrerá se a sociedade se mobilizar e cobrar do parlamento uma resposta.