Vanguarda do atraso

O foco de maior problema no relacionamento entre a Brasscom e o MCTI tem sido ocasionado pelo atual diretor de Marco Regulatório, Edmundo Oliveira e não pelo consultor Nelson Wortsman.

Edmundo já chegou ao displante de colocar o dedo na cara de alguns técnicos do ministério e fazer ameaças de derrubar projetos do MCTI na Justiça, caso fossem levado à frente, como ocorreu recentemente num episódio em que criticou o projeto de certificação de Software desenvolvido pelo órgão.

Alguns técnicos já tomaram a decisão de não recebê-lo no ministério. Nem mesmo atendem aos seus telefonemas. A truculência deste senhor vem minando, aos poucos, as relações da entidade com esse ministério.

Edmundo chegou a ser grosseiro recentemente em evento do portal Convergência Digital. Recusou-se a falar publicamente sobre o posicionamento da entidade, diante do fato de algumas estatais, como a Petrobras, estarem chamando as empresas de informática para renegociar contratos, em virtude da desoneração da folha de pagamentos concedida pelo governo.

Parece que este senhor tem um certo prazer em não dar satisfações públicas sobre as articulações da Brasscom dentro do governo.

E não é a primeira vez que se nega a prestar uma informação.

Quando trabalhava como coordenador-geral da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), se recusou, numa entrevista coletiva, a informar quanto o governo estaria pagando para a Brasscom executar uma pesquisa no mercado global de software. Alegou que não era obrigado a dar satisfações sobre isso.

Pressionado pelos jornalistas, já que tratava-se de uso de dinheiro público, Edmundo acabou obrigando o então ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, a intervir na coletiva de imprensa, para explicar um tanto constragido pela situação, que o ministério estaria gastando R$ 4 milhões no projeto.

A Brasscom deveria repensar sua forma de agir no governo. Pelo menos no MCTI, já que no “Ministério da ANFAVEA”, leia-se MDIC, Edmundo ainda goza de certo prestígio.

* Embora todos saibam que a participação MDIC no setor de software ainda seja um absoluto mistério. Quando não aparece para atrapalhar, claro.