Frota aponta milicias digitais pagas com dinheiro público para defender Bolsonaro

Em pouco mais de 30 minutos de exposição, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), denunciou na CPMI das Fake News, que antigos colaboradores da campanha de eleição do presidente Jair Bolsonaro estão infiltrados no governo e no Congresso Nacional. Segundo ele, pagos com dinheiro público para orquestrar nas redes sociais campanhas de difamação contra os adversários políticos de Bolsonaro.

Levou o que chamou de “estudos e levantamentos”, que comprovariam como agem essas milícias nas redes sociais, sobretudo no Twitter. A mecânica ou trabalho de engenharia dessas milícias mostrada pelo deputado Alexandre Frota não diferem do que a própria imprensa vem denunciando sistematicamente desde a campanha presidencial.

Porém, a relevância do depoimento está no fato de que Frota até ontem era aliado do Governo Bolsonaro e filiado ao PSL, partido do presidente e seus filhos com mandato eletivo. Portanto, ganha fé ao mostrar essas análises sobre o modo de agir, o comportamento dessas milícias, que se valem até de robôs para atacar adversários.

O deputado citou que as campanhas são orquestradas pelo filho de Jair Bolsonaro, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro, com quem alega ter mantido reuniões no Palácio do Planalto para discutir linhas de ação dessas milícias. O vice-presidente, Mourão, por exemplo, foi um dos citados por Frota como ter sido o alvo dessas campanhas de difamação, que contaram com o apoio do guru de Bolsonaro Olavo de Carvalho. Outro citado foi o general Santos Cruz, ex-chefe da secretaria de Comunicação do governo, que foi exonerado por Bolsonaro.

Milicianos digitais bolsonaristas chegaram a estar presentes no plenário da CPMI e causaram confusão quando tentaram ameaçar o parlamentar e depoente. Contaram com a apoio de deputadas do PSL que tentaram desqualificar o depoimento de Alexandre Frota.

Assistam o vídeo da apresentação do deputado Alexandre Frota na CPMI das Fake News.