É mais ou menos isso

Um trabalhador de uma empresa particular de TI escreveu numa lista de discussão esse artigo. Foi um desabafo para o que ele considerou um termo pejorativo, ruim para a categoria.

Mas na realidade tal termo é utilizado para referenciar algumas pessoas como sendo mais experientes do que as outras em determinados assuntos ou na própria profissão. Jornalistas costumam chamar, por exemplo, de “focas”, aqueles que ainda são inexperientes. E se valem desse mesmo termo usado por certo sindicalista, quando se trata de falar de alguém já vivido na profissão – que já experimentou todo tipo de trabalho exercido numa redação de jornal.

Mas o artigo, em si, não trata a questão simples e meramente por desconhecimento do termo. Ele mais ou menos ressalta algo que venho pensando dos profissionais de TI de Brasília na última semana, assistindo via iPhone toda a confusão que fizeram e em que se meteram, sem entrar no mérito dos resultados práticos que alcançaram para toda a categoria, após uma greve feita de encomenda por dois sindicatos ligados umbilicalmente na formação de cartel, corrupção, desvio de dinheiro, enriquecimento ilícito e uma série de outras questões que abordarei amanhã.

Por hoje fica apenas este artigo de um trabalhador anônimo indignado, seja contra o termo utilizado por um sindicalista, ou com toda a situação deste setor.

 

Somos Putas Velhas?

Imagine uma puta velha. Ela está lá na esquina, de noite, se prostituindo por qualquer trocado. Sim, qualquer valor, pois ela está ficando velha e daqui a pouco ninguém mais vai querer seus serviços. Em nome da sobrevivência é só o que pode ser feito. Ela deve aceitar qualquer coisa, inclusive a humilhação. Ela não irá reagir a ofensas nem deve recusar nada que queiram lhe dar.

Pois é assim que o Sr. Avel vê o profissional de TI. Mais ainda, é assim que ele vê o mercado TI.  Um monte de putas velhas que vão aceitar qualquer coisa, pois, para ele, somos um monte de miseráveis que, tal como a puta velha, só fazemos o que fazemos porque é nosso último recurso. É esse o representante que queremos para nossa classe? Alguém que nos despreza a ponto de se sentir totalmente à vontade para nos ofender? Pois foi isso que aconteceu na reunião entre o SINDPD e o SINDESEI do dia 19/07/2011.  Foi isso que ele disse ao ver os profissionais de TI reunidos e lutando por seus direitos : “esses aí são um monte de putas velhas”.

Tal como um sujeito que entra em um prostíbulo cheio de dinheiro no bolso, se sente a vontade para fazer o que quiser, afinal, o prostíbulo está cheio de putas que farão qualquer coisa que ele mandar. Tal é o poder que o Sr. Avel julga ter sobre a classe de TI do DF. Como podemos aceitar ser representados por um sujeito que vê o mercado de TI como um prostíbulo? É esse sujeito que negocia em nosso nome.

Nós, profissionais de TI, trabalhamos duramente para nos atualizar e atuamos em uma área crítica e estressante. Somos responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção de muitos projetos que prestam importantes serviços para a sociedade. Precisamos que a pessoa que nos representa, na defesa de nossos direitos, saiba bem disso, pois parece que o Sr. Avel não sabe. Esse ato falho, mostra como ele vê a classe que ele representa. É inaceitável que nosso representante tenha essa visão. Mais inaceitável ainda é permitir que negocie o que quer que seja em nosso nome.

Talvez  ele veja os outros como vê a sí mesmo. Sendo assim, é mais adequado que ele defenda os seus iguais nas esquinas da vida, mas não aqui.