Dataprev comemora lucro recorde com receitas do e-consignado, pandemia e desmonte da estatal

A Dataprev publicou hoje (06) no Diário Oficial da União o seu balanço financeiro, no qual anunciou um lucro “recorde” de R$ 265,1 milhões em 2020. Porém, se avaliar os dados contidos nesse balanço, a maioria das receitas é proveniente dos serviços de prestação de informações para bancos, no consignado. O restante viria do enxugamento de unidades, demissões de funcionários e a manutenção de contratos no governo federal.

“O e-Consignado hoje representa a maior fonte de receita da empresa e para dar continuidade ao plano de eficiência operacional iniciado em 2020 é primordial que a empresa invista na ampliação desses serviços”, destacou a direção da Dataprev em seu balanço.

Desmonte

Parte do lucro foi obtido com um enxugamento de R$ 61 milhões através do fechamento de escritórios regionais e demissão de funcionários. Cotada para ser vendida pela melhor oferta, a direção deixa claro que sua preocupação tem sido a de enxugar “custos” para depois vender pela melhor oferta.

O lucro recorde se resume, então, a boa parte do desmonte de um suposto custo operacional negativo da empresa. “Esse lucro resultou de reduções nas contas de pessoal próprio, despesas gerais e manutenção do imobilizado e infraestrutura, com reduções respectivamente de 8,3%, 32,7 e 4,7%”, informa. 

Outro crescimento registrado pela diretoria da estatal para comemorar o resultado financeiro foi a manutenção de contratos com órgãos do governo e os serviços prestados na concessão do auxílio emergencial para minimizar os efeitos econômicos da pandemia do Covid-19. Os principais contratos públicos da estatal são:

No compartilhamento dos dados com instituições financeiras, entretanto, é que reside o potencial de crescimento da Dataprev em seu balanço. O que leva a este site mais uma vez a questionar o papel das estatais na formação de um monopólio privado da venda de dados públicos, quando vier a tão sonhada privatização feita pelo Ministério da Economia.