Chris faz cartinha para funcionário da Dataprev, enquanto demite

A presidente da Dataprev, Christiane Edington, resolveu se comunicar diretamente com os funcionários, numa tentativa de motivá-los a não aderir à greve, que aos poucos vem sendo deflagrada em diversas regionais e o grosso do movimento começa na semana que vem.

Tratando os funcionários como “prezado empregado”, a presidente da estatal alega que, “para a gestão”, a decisão de demitir 493 funcionários em 20 regionais, “não foi uma decisão fácil, apesar de muito estudada e planejada”, evitando, por exemplo, de explicar os motivos para ter continuado pagando aluguel de sala Curitiba, além de móveis novos, se a intenção era essa.

“Por isso, o sentimento de solidariedade aos colegas de trabalho é perfeitamente justificável e natural. Entendemos e respeitamos”, disse ela em sua cartinha encaminhada aos funcionários.

Em seguida jogou a culpa na imprensa pela “propagação de desinformação e inverdades”, numa empresa que pima pela Comunicação Social e pródiga em criar fatos negativos. Nem todos publicados por carecerem de confiabilidade na informação.

Christiane ainda comentou o “Programa de Adequação de Quadro (PAQ)”, que foi rejeitado pela maioria dos funcionários. Segundo ela, o programa “foi amplamente divulgado, interna e externamente, e a empresa mobilizou um grande time para atender, tirar dúvidas e apoiar os trabalhadores durante todo o processo”

E completou: “Isso vem sendo feito com todo o cuidado e o respeito que a delicadeza do assunto demanda”.

A presidente da Dataprev evitou tecer comentários ou pedir apoio contra a greve que vem sendo deflagrada em diversos Estados. Rio de Janeiro e Brasília, onde se concentram dois dos três datacenter da empresa (resta São Paulo aderir), já estão decididos a paralisar as atividades na próxima semana.

Segue a íntegra da carta da presidente da Dataprev:

Prezado empregado,

Sei que os últimos dias têm sido de apreensão e de muitas dúvidas na Dataprev. O anúncio do fechamento das unidades em 20 estados abalou e entristeceu muita gente. Para a gestão, também não foi uma decisão fácil, apesar de muito estudada e planejada. Por isso, o sentimento de solidariedade aos colegas de trabalho é perfeitamente justificável e natural. Entendemos e respeitamos.

Dirijo-me a você, no entanto, no sentido de não permitir a propagação de desinformação e inverdades.

O Programa de Adequação de Quadro (PAQ), lançado no dia 08 de janeiro, foi amplamente divulgado, interna e externamente, e a empresa mobilizou um grande time para atender, tirar dúvidas e apoiar os trabalhadores durante todo o processo. Isso vem sendo feito com todo o cuidado e o respeito que a delicadeza do assunto demanda.

Muito se tem propagado a respeito do encerramento das unidades e o processo de desestatização da empresa, que corre em paralelo. É preciso enfatizar: o encerramento dessas unidades vem sendo estudado há bastante tempo sem nenhuma conexão com a intenção do Governo Federal em privatizar a Dataprev. A medida visa equilibrar e garantir a sustentabilidade e a competitividade da empresa.

Outro tema que vem gerando muitas dúvidas e questionamentos é sobre a possibilidade de cessões para outros órgãos da administração, em especial o INSS. Neste quesito, quero ressaltar que trabalhamos junto ao Ministério da Economia, e outros órgãos, para que isso fosse uma opção aos empregados das 20 unidades a serem encerradas. No entanto, o quadro de restrição orçamentária enfrentado pelo Governo Federal não permitiu que tivéssemos o sucesso desejado no assunto.

Quero reforçar, ainda, de forma clara e franca, que não existe a propagada “segunda onda” de desligamentos. A disseminação e manipulação de inverdades, com foco na desestabilização, certamente não é benéfica.

No processo de reestruturação da Dataprev, estamos fortalecendo o papel das Unidades de Desenvolvimento e dos data centers, com a clareza de que, sem isso, não será possível atingir nossa visão de ser “referência mundial em soluções de governo”.

E, por fim, registro que o maior patrimônio da Dataprev não são as máquinas e, sim, as pessoas. Acreditamos nos talentos e na integridade de nossos empregados e não endossamos qualquer afirmação que leve a crer que o corpo funcional desta empresa não trabalhe com ética, decoro e comprometimento.

Christiane Edington
Presidente

*Lindo Chris, se eu fosse teu assessor de imprensa teria sugerido você tratar os funcionários de “companheiros”. O PT ia estrebuchar!!!