ANPD vai priorizar LGPD à realidade das microempresas

A diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Miriam Wimmer, informou num debate promovido pela Bússola/Exame, que o órgão deverá priorizar a adequação do texto da Lei Geral de Proteção de Dados à realidade das microempresas do país.

“Este é um assunto altamente prioritário. Objeto de diversas discussões internas e externas e, com certeza, será um dos primeiros itens endereçados. Espero em breve trazer informações que tragam alívio para as micro e pequenas empresas”, comentou a diretora, segundo informações da Agência de Notícias da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O evento também contou com a participação do especialista em política e indústria da CNI, Fabiano Barreto, que reforçou a importância da LGPD para proteger a privacidade das pessoas e facilitar o acesso do Brasil a mercados internacionais estratégicos, como os países da União Europeia.

“Desde o início, a CNI tem acompanhado o debate sobre a LGPD e trabalhado no desafio de conciliar os diversos interesses envolvidos na discussão. A aprovação da lei e a criação da ANPD representaram uma conquista para o país”, comentou.

A CNI preparou e disponibilizou gratuitamente no seu portal uma cartilha com informações relevantes sobre a lei.

“A proteção de dados surgiu em função do risco, da necessidade de se proteger o indivíduo. É razoável que a lei seja adequada ao grau do risco que as empresas representam. Uma empresa que detém milhões de dados pessoais não pode ter o tratamento igual a uma empresa que mantém dezenas de e-mails para se comunicar com os seus clientes e fornecedores, caso contrário haverá onerosidade excessiva o que pode inviabilizar o próprio negócio das micro empresas”, explicou Fabiano.

Além dos representantes da CNI e ANPD, participaram da discussão os advogados Felipe Palhares, sócio da BMA Advogados, e Renato Cirne, diretor de Compliance da FSB Comunicações, que falou sobre o desafio de usar a comunicação como uma ferramenta de mudança de cultura nas empresas para facilitar a implementação dos ajustes previstos na LGPD. A mediação foi feita pelo jornalista Rafael Lisbôa, diretor da Bússola/Exame.

*Com informações da Agência CNI.