O discurso e a prática do “bom velhinho” do Serpro

O diretor de Desenvolvimento Humano do Serpro, Wilson Coury, tem uma forma muito peculiar de convencer os funcionários que estão com os dias contados na empresa, a aceitarem as suas demissões sem contestar.

Para ele, esses funcionários são uns privilegiados, pois são os escolhidos de Deus para salvar o Brasil.

Coury poderia nos informar como será a vida dele depois que o Serpro for vendido, também “pelo bem do país”. Vai se aposentar? Vai para a iniciativa privada? Ou será que vai voltar para a direção da RNP, de onde nunca saiu?

Aliás o diretor da área de RH do Serpro – ex-funcionário de carreira da estatal (1970 a 1999) – precisa nos explicar, como voltou a ocupar um cargo na diretoria do Serpro, recebendo um salário (veja quadro salarial da diretoria em novembro), e ao mesmo tempo participa de uma “Organização Social”, a RNP.

Precisa mais do que isso.

É necessário que esclareça como ainda figura como “sócio-diretor” da RNP, que embora tenha cara de “Organização Social”, na realidade é um apêndice do governo, pois é bancada com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, além de outros órgãos do governo e universidades federais.

A conta, no Portal da Transparência do governo, onde ele também figura como “sócio-diretor”, já ultrapassou a R$ 1 bilhão.

Portanto, não dá para pedir, como Diretor de Desenvolvimento Humano do Serpro, que os funcionários da estatal compreendam que serão demitidos “pelo bem do Brasil”, quando participa do comando de uma Organização Social que já ganhou essa fábula em recursos do governo federal.

A sua “administração” no Serpro, Wilson Coury, me lembra a frase do humorista Fábio Porchat dirigida ao presidente Bolsonaro. Que eu vou adaptá-la para os padrões do cargo que você ocupa:

*”Coury você não administra, você se vinga”.