“Velho não tem que ser teletrabalho. Velho tem mais que ir para casa”

Com essas palavras, o diretor de Desenvolvimento do Serpro, Ricardo Cézar de Moura Jucá, precisa ser imediatamente afastado do cargo, para que não interfira nas investigações a serem abertas com vistas a eventuais punições administrativas futuras por assédio moral. Claro, isso se o presidente do Serpro, Caio Mário Paes de Andrade, tiver algum pingo de senso moral, justiça ou simplesmente: vergonha na cara.

Em 15 anos cobrindo a TI governamental, nunca vi, ouvi ou assisti alguma cena que fosse tão deprimente, como a que vou relatar agora.

Recebi cópia de carta encaminhada ontem (07) pela OLT-Serpro (Organização no Local de Trabalho), contendo formalmente denúncia contra o diretor de Desenvolvimento, Ricardo Cézar de Moura Jucá. A carta foi endereçada ao presidente do Serpro, Caio Mario Paes de Andrade e ao Diretor de Desenvolvimento Humano, Wilson Biancardi Coury.

No documento, informa que, no último dia 1º de outubro, ao participar de reunião com superintendentes regionais, o Diretor de Desenvolvimento proferiu tal frase ao abordar a questão do PDV (Programa de Demissão Voluntária) e Teletrabalho.

Jucá simplesmente ofendeu publicamente todos os funcionários aposentados, porem ainda na ativa, além dos que já estão em idade mais avançada dentro da estatal. “Velho não tem que ser teletrabalho. Velho tem mais que ir para casa”, disse ele, causando um constrangimento geral na videoconferência.

Pior, a declaração do diretor Jucá bate de frente com o diretor Wilson Coury que, levado ao pé da letra, já estaria no contexto do “velho” que deveria “ir para casa”.

*A carta já está em poder de Caio Andrade e Wilson Coury. Resta saber se terá ou não efeito administrativo.