A volta dos que não foram

Serpro anuncia sua terceira nuvem, num governo que já dispõe de uma nuvem encalhada na Justiça.

Às vezes me pergunto sobre como o Serpro chegou à situação de se tornar numa estatal em vias de ser privatizada. Busco respostas e as que me vêm à cabeça são coisas como essa.

Pela terceira vez o Serpro anuncia uma nova nuvem, que subentende-se que será oferecida à Administração Federal, uma vez que a razão de sua existência seria prestar serviços ao Estado brasileiro.

Pois não consigo imaginar o Serpro enfrentando a concorrência num mercado com gigantes como o Google, AWS, Microsoft, entre tantos outros deste setor. Nem mesmo uma empresa de bandeira nacional como a BRCloud Services.

Creio que nem a tal razão da sua existência, o Estado brasileiro, seria suficiente para explicar sua estratégia. Deixou de ser esse o principal motivo quando assumiu publicamente parcerias com empresas privadas para o desenvolvimento de aplicativos. Um claro reconhecimento de que sozinha não tinha mais capacidade de criar.

Se tinha, preferiu o estranho caminho de se aliar às corporações interessadas no único ativo que a empresa poderia oferecer, mesmo sabendo ser ilegal: os dados dos cidadãos brasileiros. Sabe-se lá ganhando o quê com isso.

Mas vamos ao que interessa: vem aí o “Serpro Cloud”: A nuvem, da nuvem, da nuvem do Serpro.

Com direito a evento de lançamento, no próximo dia 27, no qual a operante Comunicação Corporativa convidou todos os funcionários para estarem presentes aplaudindo essa iniciativa quase que inédita.

E eu fico daqui me indagando: Cadê a tal Plataforma Expresso V3 que nasceu “petralha”, nesses novos tempos de Bolsolândia? Não tinha até uma equipe petista escondida pelo ex-diretor Iran Porto para cuidar dela?


O que será que fizeram com os corpos desses petralhas que desejavam transformar a nossa bandeira em vermelha? Acho que essas perguntas somente o “mito” poderá me responder.

Mas juro que essas dúvidas são porque agora estou confuso. Será que eu não vi? Será que o Expresso V3 foi atropelado pelo “SerproMail – a vingança do vampirão”, durante a gestão Michel Temer?

Bom, enquanto não me esclarecem onde foi que enterraram os corpos das duas plataformas em nuvem, além de seus desenvolvedores ( lembro que somente o Iran foi identificado até agora e seu corpo encontra-se numa parceira da estatal na área de Seguros) vamos aguardar o lançamento desta nova quase inédita solução em nuvem: o brilhante, o esfuziante, o cintilante, o efervescente “Serpro Cloud”.

(bateria ao fundo: TUUMMMM DUMMMMMM TISSSSSSSSSSS)

Só espero que o “Serpro Cloud” não venha confrontar a Nuvem Federal do extinto Ministério do Planejamento, herança vampírica herdada pelo Governo Bolsonaro, que continua encalhado na Justiça por suspeitas de fraude em licitação.

Mas “bala na agulha” o Serpro Cloud tem, resta se confirmar se o projeto teve alguma “mãozinha” do parceirão Google, naquele contrato que ninguém sabe e ninguém viu, mas que foi apelidado de “coração de mãe” ,porque nele cabe de tudo.

Aí sim, o Serpro pode enfrentar em pé de igualdade a Nuvem Federal do extinto Ministério do Planejamento, que é bancada pela Primesys/AWS (leia-se: Embratel/ Amazon).

*E depois se perguntam como foram parar numa lista de privatizações.