Quando os gestos falam mais que currículos

Soube que a “rádio corredor” no Serpro anda veiculando comentários nada meritórios sobre o “vice-presidente”, Wilson Biancardi Coury. Como não me lembro de alguma vez ter conversado com ele ou ter sido apresentado a esse funcionário de carreira na estatal (embora tenha certeza que o conheça de fisionomia, pelas andanças que tive no governo), fui procurar saber nas entranhas da “oposição” o que havia de errado contra Wilson Coury.

E descobri um episódio muito peculiar em que Coury teria se envolvido pessoalmente no Serpro, que me faz crer que estou diante de um servidor público que faz parte de uma seleta classe de homens de bem, com quem já tive o prazer de conviver ao longo de 15 anos de cobertura das TICs no Poder Executivo.

O Episódio é o seguinte, até onde pude apurar o assunto.

Durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, a direção do Serpro na época (nomes já não interessam nesse momento) decidiu criar um PAS ou plano de saúde próprio e, por consequência, cancelou o plano que havia assinado com a Unimed. Do dia para a noite os funcionários da estatal ficaram sem o beneficio de um plano de saúde, até que o plano próprio entrasse em operação, sabe-se lá quando.

Isso teria ocorrido em março ou abril de 1998.

Na época, o gerente ( ou diretor) Administrativo, Wilson Biancardi Coury, resolveu ceder as informações do cadastro de empregados do Serpro para a ASES ( Associação dos Empregados do Serpro). Essas informações eram necessárias para a Associação poder fechar um novo convênio com a Unimed e garantir a todos os funcionários da estatal acesso a um novo plano de saúde.

O convênio foi realizado e os funcionários conseguiram garantir assistência médica através da associação. O que era melhor ainda: mesmo funcionários lotados em outros Estados podiam se filiar à ASES no Rio de Janeiro e, com isso, gozar dos benefícios do plano de saúde em seus Estados.

Bom, né?

Para os funcionários, creio que sim. Para Wilson Coury foi a compra da passagem para o inferno. A direção do Serpro, na época, não gostou da atitude do funcionário e o destituiu do cargo de gerente, diretor, seja lá o que for. Em desgraça política na empresa, onde creio ter iniciado sua vida pública, só restou à Coury se afastar da estatal.

Desde 1999 Coury vinha trabalhando como cedido para a diretoria de Gestão da RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa.

Não estou afirmando que ele seja um santo, coisa que nem eu sou. Aliás, o leitor que não tiver algum pecadinho que se apresente. Mas farejo longe os FDPs. E estes quando me encontram preferem trocar de calçada.

Muda alguma coisa em relação ao meu modo de cobrir os bastidores da estatal? Não. O que não significa que, quando for falar de Wilson Coury, se for falar, me reservarei ao direito de sempre relembrar esse passado dele e de não deixar de admirá-lo por isso.

*Gente assim merece, sim, o meu respeito.

PS – e sobre o presidente Caio Mario Paes de Andrade? Não o conheço, não fui atras de informação e prefiro deixar que ele se sente na cadeirinha, antes de comentar algo sobre o Serpro.

Taoquei?