Versões e fatos sobre cabos submarinos

Está correndo os maior bafafá político por conta de declarações de um representante da empresa Angola Cables, que teria afirmado que a Telebras desistiu de construir um cabo submarino até a África. Esse cabo permitiria o Brasil se livrar da rota que envolve os EUA na transmissão de dados para a Ásia.

A Telebras resolveu desmentir a informação sem, entretanto, confirmar claramente que mantém a intenção de construir o tal cabo, neste momento. Cita apenas que a prioridade é o cabo que ligará o Brasil à Europa.

Leia a nota oficial da Telebras:

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE CABOS SUBMARINOS

A Telebras vem a público esclarecer que a prioridade da empresa é a construção do cabo submarino que liga o Brasil ao continente europeu, por questões comerciais e estratégicas. Nesse projeto, já conta com a parceria da espanhola IslaLink Submarine Cables e negocia com outros investidores brasileiros na formação da JVCo (Joint-Venture Company), empresa com capital majoritário nacional. Em relação ao projeto de instalação de um cabo submarino que vai ligar o continente africano ao Brasil, a Telebras já ofereceu parceria à Angola Cables, disponibilizando em Fortaleza (CE) um ponto de aterragem do cabo em solo brasileiro.

Bom, agora que lemos as versões, vamos aos fatos:

1 – A Telebras entrou nessa história de cabo submarino para a África, por conta de uma negociação feita lá atrás pela Oi. Que tem o péssimo hábito de fechar negócios contando com a infraestrutura estatal e o dinheiro do governo brasileiro. Dela não sai nem um papagaio.

2 – A Telebras não tem orçamento para realizar simultaneamente duas obras desse porte. Sua previsão foi montada apenas levando em consideração o cabo europeu.

* Depois, se sobrar algum e continuar desejando colocar dinheiro para realizar os sonhos de concessionárias (privadas) de telecomunicações – que vivem penduradas na infraestrutura governamental e no Orçamento Federal – é que o governo estudará se banca esse cabo africano ou não.