Serpro e o “escândalo” IT7/Oracle (1)

Prometi que entraria nessa história rocambolesca publicada pelo Correio Braziliense sobre supostas irregularidades em contrato “milionário” do Serpro, para aquisição de licenças Oracle.

Voltei!

Como o ex-superintendente de Administração de Ambientes de Tecnologia da Informação, Mário Evangelista, o autor oficial das denúncias, não respondeu à nenhuma das minhas dúvidas e indagações publicadas anteriormente neste Blog, então vou procurar esclarecer o que andou rolando nos bastidores da estatal, de acordo com as minhas investigações.

Direcionamento

Segundo Evangelista, houve “favorecimento” à uma revenda Oracle e “direcionamento na compra dos produtos revendidos pela empresa paranaense IT7, em desacordo com aquilo que sugeria o corpo técnico do próprio Serpro por meio de projeto básico anterior”.

Fato: Houve pelo menos 3 versões de projeto básico (SUPCD 01397/2009) , segundo levantamento feito pelo Blog na estatal.

A 3ª versão teria sido a que vingou e está em poder desse veículo. Nela, vários funcionários teriam participado de sua elaboração, mas o projeto ficou sob a responsabilidade do funcionário Sergio Nelson Maia Guimarães, na época na SUPCD/CDTEC. A aprovação técnica deste projeto ocorreu no dia 22/12/2009 pelo funcionário José Edson Marinho de Souza, então integrante da SUPSI/SIDTE.

Não há no documento nenhum parecer, nenhuma crítica ao processo, ou algo que pudesse corroborar a alegação de Mário Evangelista de que o projeto estaria “em desacordo com aquilo que sugeria o corpo técnico” e foi favorecido à IT7 Sistemas.

Direcionamento

Evangelista também apontou direcionamento para a IT-7 Sistemas na reportagem do Correio, mas as pesquisas de mercado feitas pelos funcionários do projeto básico desmentem essa informação.

Fato: Segundo o documento em poder do Blog, os responsáveis pelo projeto básico fizeram pesquisas de mercado e encontraram os seguintes preços para aquisição de 8 tipos de licenças de softwares de Gerenciamento de Identidade e Acesso – Plataforma Oracle:

Empresa CDS – R$ 5.146.455,00.

Empresa UNIMIX – R$ 5.112.551,55.

Empresa DSCON – R$ 5.206.590,60.

Os funcionários chegaram à conclusão de que o melhor preço no mercado  teria sido apresentado pela empresa IT-7 Sistemas durante pregão eletrônico realizado pela Marinha, com previsão de Registro de Preço. Naquele pregão a IT-7 ofereceu um preço total de R$ 4.935.907,55.  A partir daí foi que se procedeu à adesão da Ata de Registro de preços da Marinha.

Se para o ex-superintendente Mário Evangelista escolher o menor preço e mais o vantajoso é direcionar ou favorecer uma compra, então o Ministério Público Federal terá muito problema pela frente com toda a Administração Federal ao investigar a denúncia que ele fez.

Projeto Básico SUPCD 01397

(Segue daqui a pouco mais uma reportagem sobre o caso)